sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Carta do Presidente do Sindijori

Prezado jornalista,

Está cada vez mais evidente o descaso com que os governos Estadual e Federal, além das empresas privadas, tratam a mídia do interior de Minas, a ponto mesmo de descumprir a Constituição Federal de 1988 que prevê que a "A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA DE QUALQUER DOS PODERES DA UNIÃO, DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS MUNÍCIPIOS OBEDECERÁ AOS PRINCIPIOS DA LEGALIDADE, IMPESSOALIDADE, MORALIDADE, PUBLICIDADE E EFICIÊNCIA".
O art. 21 da Lei 8.666 estabelece: "Os avisos contendo os resumos dos editais, das concorrências, das tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no local da repartição interessada, deverão ser publicados com antecedência, no mínimo por uma vez:
lll - em jornal diário de grande circulação no Estado e também, se houver, em jornal de circulação no Município ou na região onde será realizada a obra, prestado o serviço, fornecido ou alugado o bem, podendo ainda a Administração, conforme o vulto da licitação, utilizar-se de outros meios de divulgação para ampliar a área de competição".
Já está comprovado que os chamados "jornais de grande circulação" não possuem o alcance da imprensa que se faz no interior. Os governos fecham os olhos para o fato de que no Sul do Estado, assim como em boa parte da Zona da Mata e do Triângulo, são os jornais das TVs de São Paulo e Rio, através de parabólicas, que alcançam os cidadãos mineiros.
Várias foram as vezes que já tivemos contatos com órgãos dos Governos do Estado, Federal e Empresas Privadas, além das agências de publicidade com o objetivo de investirem na mídia do interior sem que os resultados jamais fossem alcançados.
Não podemos tolerar este tipo de prática. Sugerimos aos colegas proprietários de jornais do interior de Minas que suspendam a publicação de releases enviados pelas assessorias de imprensa e que não se iludam com promessas de que os jornais serão programados em relação a publicidade.
Segue, em anexo, uma primeira carta do Sindijori que solicitamos que seja analisada pelos colegas, cujo objetivo é expor para os cidadãos mineiros a realidade daquilo que vem ocorrendo dentro da Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais.
A partir desta data o SINDIJORI estará remetendo regularmente novas matérias e artigos sobre o tipo que vem ocorrendo nos órgãos de governos e na iniciativa privada para sejam publicados nas páginas de seu jornal.
Para seu conhecimento, o Sindijori mantém um blog atualizado com notícias de interesse da imprensa mineira. Participe. O endereço é: sindijorimg.blogspot.com
Anote o novo telefone do SINDIJORI: (31) 2512-3895

Cordialmente,


Dermeval Antônio do Carmo Filho
Presidente do Sindijori

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Cachaças de Minas serão premiadas em concurso

No próximo dia 09 de dezembro, no auditório 5 da Universidade UNI-BH, em Belo Horizonte, será divulgado o resultado e serão premiadas as vencedoras do "Concurso Cachaça de Minas 2009 - Medalha Mérito da Qualidade".

52 empresas concorrem com 64 marcas em três categorias: "branca/nova", "armazenada/envelhecida" e "premium". O I Concurso Cachaça de Minas é uma realização da Federação Nacional das Associações dos Produtores de Cachaça de Alambique (FENACA), sob a coordenação da Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ). Foi lançado oficialmente no dia 15 de abril deste ano, no auditório da FAEMG, na presença de produtores e diversas autoridades estaduais e municipais. É o primeiro concurso de cachaças realizado no Brasil tendo por base a Lei Geral das Bebidas Alcoólicas e a Lei da Cachaça de Minas, além de conceitos técnico-científicos aceitos e reconhecidos nas áreas de design, sensorial de degustação. Será realizado anualmente

Criado para identificar as melhores marcas de Minas comercializadas hoje, o Concurso tem como objetivos maiores estimular a produção da cachaça de qualidade, dar conhecimento aos apreciadores dos diferentes tipos de cachaças produzidas no Estado e, ainda, estimular a busca dos conhecimentos técnico-científicos em benefício de toda a cadeia produtiva.

As cachaças em concurso foram analisadas por entidades técnicas de reconhecida capacidade. A análise de "Conformidade de Rótulo" ficou a cargo da Fundação Ezequiel Dias (FUNED) e a de "Design/apresentação" coube à Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). As análises "Sensorial" e "Físico-química" foram realizadas respectivamente pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e pela Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais (CETEC). Por solicitação específica dos concorrentes foi realizado também o teste de "Degustação", a cargo de consumidores indicados pelo Clube Mineiro da Cachaça.

As amostras foram encaminhadas às instituições para análise em embalagens padronizadas e devidamente codificadas, sendo que a referencia da codificação permanece sob conhecimento exclusivo da Comissão Organizadora.

O Concurso Cachaça de Minas contou ainda com o apoio e a participação do Governo do Estado de Minas Gerais, da Prefeitura de Belo Horizonte, através da Belotur, do SEBRAE/MG, da Associação Mineira dos Produtores de Cachaça de Qualidade (AMPAQ), da Cooperativa Central dos Produtores de Cachaça de Minas Gerais (COOCEN/MG), do Sindbebidas/MG, do Clube Mineiro da Cachaça, da Universidade Belo Horizonte (UNI-BH), da Distribuidora Savana e da Garrafaria Serra Negra.

AS MARCAS

Branquinha de Minas- Claro dos Poções
Bendita - Cataguases
Jacuba - Coronel Xavier Chaves
Barrosinha - Barroso
Poesia - Munhoz
Mandacaru - João Pinheiro
Bocaiana - Bocaiúva
Coluninha - Coluna
MC da Boa Vista - Barroso
Veredas de Minas - Montes Claros
Diva - Divinopolis
Pirapora - Pirapora
Lucas Batista - Itabirito
Dedo de Prosa - Piranguinho
Velha Serrana - Serro
Beppe - Bueno Brandão
Bueno Brandão - Bueno Brandão
Monte Alvão - Itatiaiuçu
Quebra Canga - Coqueiral
Ladainha - Ladainha
Flor das Gerais - Felixlândia
Da Quinta do Cedro - São Lourenço
Água da Bica - Brumadinho
Aroeirinha - Porto Firme
Velha Aroeira - Porto Firme
Clube Minas - Lagoa Santa
Serra Morena - Belo Vale
Lenda Mineira - Tarumirim
Germana - Nova União -
Severina do Popote - Araçuaí
Chão de Minas - Araçuaí
Camapuã - Entre Rios de Minas
Engenho Doce - Passa Quatro
Topázio - Entre Rios de Minas
Etérea - Entre Rios de Minas
Veio de Minas - João Monlevade
Rainha das Gerais - Curvelo
Século XVIII - Coronel Xavier Chaves
Tombos de Minas - Pedra Dourada
Mata Verde - Pedra Azul
Terra Real - Materlândia
Vira Saia - Amarantina
Colombina - Alvinópolis
Engenheira - Araçuaí
Canônica - Além Paraíba
Áurea Custódio - Ribeirão das Neves
Velha Jacuhy - Jacuí
Embaúba - Jacuí
Jacuhy - Jacuí
Palmeira D´Água - Carandai
Prazer de Minas - Esmeraldas
Freguesia do Carmo - Prata

FICHA TÉCNICA

Resultados e Premiação do "Concurso Cachaça de Minas 2009 - Medalha Mérito da Qualidade".

DIA: 09 de dezembro de 2009

LOCAL: Auditório 5 - Campus Estoril - UNI-BH

ENDEREÇO: Av. Prof. Mário Werneck, 1685 - Estoril - BH/MG

HORA: 19:00 horas

REALIZAÇÃO: Federação Nacional das Associações dos Produtores de Cachaça de Alambique (FENACA)

COORDENAÇÃO: Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ).

EXECUÇÃO: DACAF

INFORMAÇÕES: (31) 3481-5935 - Fenaca

(31) 3468-3084 - Clube Mineiro da Cachaça

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Venda avulsa de jornalões cai a índices surpreendentes


Quando você descobre que a Folha de S.Paulo, considerada um dos três mais influentes jornais do país, vendeu em média 21.849 exemplares diários em bancas em todo o território nacional entre janeiro e setembro de 2009, é possível constatar a abissal queda de circulação na chamada grande imprensa brasileira. Em outubro de 1996, a venda avulsa de uma edição dominical da Folha chegava a 489 mil exemplares.


Por Carlos Castilho, no Observatório da Imprensa*

Fala-se muito na crise das publicações impressas, como jornais e revistas, mas quando se analisa os dados reais percebe-se que a situação é muito mais grave do que imaginamos e que a busca por novos modelos de negócios é ainda mais urgente do que se previa.

Segundo o Instituto Verificador de Circulação (IVC) a Folha é o vigésimo quarto jornal em venda avulsa na lista dos 97 jornais auditados pelo instituto, atrás do Estado de S.Paulo, em 19° lugar e O Globo, em 15° lugar. Somados os três mais influentes jornais brasileiros têm uma venda avulsa de quase 96 mil exemplares diários, o que corresponde a magros 4,45% dos 2.153.891 jornais vendidos diariamente em banca nos primeiros nove meses de 2009.

São números muito pequenos comparados ao prestígio dos três jornalões, responsáveis por boa parte da agenda pública nacional. Globo, Folha e Estado compensam sua baixa venda avulsa com um considerável número de assinantes, o que configura a seguinte situação: os três jornais dependem mais do que nunca das classes A e B, que são maioria absoluta entre os assinantes, já que a população de menor renda é a principal cliente nas compras avulsas em bancas.

Esta constatação não é nova, mas ela aponta um dilema crucial: as classes A e B são aquelas onde a penetração informativa da internet é mais intensa. Nesta conjuntura, o futuro de O Globo, Estado e Folha depende umbilicalmente das classes média e alta, o que levou a uma disputa acirrada para saber qual deles interpreta melhor a ideologia destes segmentos sociais.

O atual perfil da imprensa brasileira mostra que os três grandes jornais nacionais agarram-se à classe média para manter assinantes e influenciar na agenda política do país, mesmo com tiragens reduzidíssimas, correspondentes a menos de 5% da média da venda avulsa nacional.

Nos últimos nove meses houve uma pequena recuperação nos índices de venda avulsa do Globo, Estado e Folha em 2009. O IVC registrou um crescimento de 5,5 % em relação aos quatro últimos meses do ano passado. É um aumento bem acima da média dos 97 jornais auditados pelo IVC, cuja venda avulsa diária total subiu insignificantes 0,27% no mesmo período. Mas a recuperação tem que ser vista num contexto de patamares muito baixos e que não garantem a rentabilidade futura dos jornais.

Em compensação os jornais locais e populares ocupam um espaço cada vez maior na mídia nacional. Dos dez jornais com maior venda avulsa, segundo dados do IVC, nove são claramente populares, voltados para as classes C e D. Destes, dois são de Minas Gerais, um do Rio Grande do Sul, cinco do Rio e dois de São Paulo. Somados eles chegam a uma venda avulsa diária média de 1.401.054 exemplares, ou seja 64,5% de todos os jornais auditados entre janeiro e setembro do ano passado.

O jornal Super Notícia, de Belo Horizonte, vende em bancas, em média, 290.047 exemplares (13,47% de todos os jornais auditados pelo IVC) - o que corresponde a cerca de 13,2 vezes a circulação avulsa da Folha de S.Paulo, em todo o país. Números que indicam uma clara tendência do mercado da venda avulsa de jornais no sentido das publicações populares, regionais, com apelo sensacionalista.

Isto também significa que os grandes jornais, tradicionais vitrines da agenda nacional, dependem, hoje, mais do prestígio herdado do passado do que do fluxo de caixa. A sua principal matéria prima, a notícia, perdeu valor de mercado em favor da opinião. Um prestígio que ainda alimenta uma receita publicitária compensadora, principalmente no setor imobiliário, de supermercados e revendas de automóveis, mas cujos dias também estão contados porque a migração destes segmentos para a internet é cada vez maior.

O conglomerado Globo aposta cada vez mais nos jornais populares regionais e segmentados - como o Extra, no Rio. Talvez busque inspiração no caso do Lance!, um jornal esportivo que vende, na média diária, 124 mil exemplares em bancas e jornaleiros. No sul, o grupo RBS aposta no Diário Gaúcho, o terceiro em vendas avulsas no ranking nacional do IVC e 8,4 vezes maior do que a do carro chefe do conglomerado, o jornal Zero Hora.

Fonte: http://www.observatoriodaimprensa.com.br

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Propostas democráticas para a imprensa

Na reta final da preparação da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), marcada para os dias 14, 15 e 16 de dezembro, os milhares de participantes das suas etapas municipais e estaduais avançam na construção de propostas concretas para democratizar este setor estratégico. Além do diagnóstico dos danos causados pela ditadura midiática, os envolvidos neste processo pedagógico de discussão formulam idéias de políticas públicas e de regulamentação dos meios de comunicação.

Elas partem de duas premissas básicas. A primeira é de que a comunicação deve ser encarada como um direito humano essencial na atualidade. Deixada à selvageria do “deus-mercado”, a mídia privada manipula informações e deforma comportamentos, causando inevitáveis males à sociedade. A segunda é de que a comunicação é um requisito da democracia. Não há como avançar na democracia no país sem democratizar os meios de comunicação. Neste sentido, as propostas procuram unificar o campo popular e democrático em torno de sete exigências:

1- Fortalecer a rede pública de comunicação;
2- Regulamentar as concessões públicas ao setor privado;
3- Adotar políticas públicas de incentivo à radiodifusão comunitária;
4- Instituir um programa nacional de inclusão digital – banda larga para todos;
5- Revisar os critérios da publicidade oficial;
6- Instituir mecanismos de participação democrática da sociedade;
7- Elaborar um novo marco regulatório para o setor.

Extraído do blog do Altamiro Borges ((www.vermelho.org.br/blogs/altamiroborges/)

O apagão da imprensa

É verdade que metade do país ficar às escuras durante período que variou de alguns minutos a cerca de quatro horas é um fato que precisa ser esclarecido tanto quanto foi tantas outras vezes durante o governo Lula, quando tentaram, uma e outra vez, exatamente como agora, jogar nas costas deste governo a culpa por um novo desastre de planejamento e fiscalização igual ao desastre ocorrido durante a privataria tucana do setor elétrico.

Por Eduardo Guimarães, no blog Cidadania.com


Nunca colou. E agora tampouco irá colar simplesmente porque a fórmula é sempre a mesma, de tentar fazer as pessoas acreditarem que alguns minutos ou horas de blecaute equivaleriam a quase um ano de racionamento de energia elétrica e arrocho no bolso dos consumidores.

A mídia veio com fúria. A Globo News não teve outro assunto o dia inteiro. Os âncoras dos telejornais com cenhos franzidos e lábios apertados comunicavam que acontecera num só dia o que aconteceu no Brasil entre 1999 e 2002 (cerca de TRÊS anos).

Como foi fartamente explicado, apesar de o sistema de segurança contra algum efeito dominó na distribuição de energia elétrica ter titubeado, até que surja prova em contrário nada autoriza dizer que esse sistema é frágil. Pode não voltar a acontecer por anos. Pode mesmo ter sido uma fatalidade. E pode não ser...

Se não for, se um problema houver, haverá todo tempo do mundo para culpar o governo e cobrar explicações. Mas a pressa é muito grande. É preciso explorar ao máximo o ocorrido enquanto está fresco na memória das pessoas. Com sorte, algumas menos dotadas intelectualmente virão a introjetar a idéia de que houve um apagão no governo Lula. A aposta é na burrice.

E, para refrescar a memória de vocês — e “deles” —, reproduzo, abaixo, artigo de Luciano Martins Costa no Observatório da Imprensa. E lhes dou um conselho: dêem uma olhadinha na data.

*
Por Luciano Martins Costa no Observatório da Imprensa em 10/1/2008

Comentário para o programa radiofônico do Observatório da Imprensa de 10/1/2008

Os grandes jornais brasileiros trazem na quinta-feira (10/1) uma cobertura desigual sobre a questão da energia. Enquanto o Estado de S.Paulo e a Folha destacam declarações do ministro interino das Minas e Energia, o Globo afirma que só a ocorrência de chuvas ainda em janeiro poderia evitar a necessidade de racionamento. A imprensa já fala em "apagão".

Os jornais dividiram o assunto entre suas seções de Política e Economia, o que ajuda o leitor a entender melhor o assunto, mas deram destaque exagerado ao aspecto político. O Estadão, por exemplo, aposta que existe uma "crise elétrica" e que ela põe em risco a entrega do Ministério das Minas e Energia ao peemedebista Edison Lobão, apadrinhado do senador José Sarney.

Embora tenha maior destaque, a questão política tem pouco valor para os leitores — cansados de saber que, com ou sem crise, Sarney vai manter sua quota de protegidos no governo. Aliás, em qualquer governo.

Corte no consumo

A Folha e o Globo também se prenderam exageradamente ao desentendimento entre o ministro interino e o presidente da Agência Nacional de Energia Elétrica. O presidente da Aneel havia afirmado que não é impossível a necessidade de racionamento ainda neste ano, e foi desmentido pelo ministro.

Apesar disso, o tom geral do noticiário é alarmista. A palavra "apagão" aparece em todos os jornais, invocando o fantasma de 2001, quando o Brasil passou por um racionamento compulsório que durou até fevereiro de 2002.

Na ocasião, os maiores reservatórios do sistema interligado nacional estavam se esvaziando rapidamente e havia insuficiente investimento em geração e distribuição de energia. Durante a crise de 2001, a imprensa substituiu sabiamente o noticiário alarmista por recomendações técnicas, e a população brasileira aderiu a uma campanha de economia, cortando em média 20% no consumo de eletricidade.

Um dos resultados mais evidentes foi o quase desaparecimento do freezer de uso doméstico. Durante o racionamento, as famílias descobriram que o freezer gasta muita energia e se tornou menos útil porque, com a queda da inflação, não é mais necessário estocar alimentos. Segundo a Eletrobrás, 23% dos domicílios brasileiros ainda possuem freezer, mas 25% deles estão desligados desde 2001.

TV desligada

A imprensa bem que podia se antecipar a qualquer possibilidade de crise e começar já a informar a população sobre como economizar energia. A primeira medida recomendada é substituir o chuveiro elétrico ou fazer um uso mais racional dele. A segunda é desligar a televisão de vez em quando. Mais de 97% dos lares brasileiros possuem um aparelho de TV, que costuma permanecer ligado de manhã até à noite, mesmo sem ninguém diante dele. Difícil vai ser convencer as emissoras de televisão a recomendar que a televisão seja desligada.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Caixa dois de tucano é chique: "Coleta irregular de verbas"

As verbas estavam andando, dando sopa, quando o Azeredo passou, viu e fez a coleta.

Foi irregular, já que ele fez a coleta depois do horário. Irregular como é irregular atrasar para um compromisso, por exemplo. Não foi crime, nem contravenção. Essas coisas acontecem.

Quando chegar a vez do Zé Dirceu, vão trazer de volta a "quadrilha", a "corrupção" e o "PT" às manchetes.

Eduardo Azeredo, senador do PSDB de Minas Gerais, ex-presidente do partido, que testemunhou a gênese do esquema? Bem, aí a denúncia é "confusa" e o esquema "teria funcionado".

Lembram-se?

(Blog do Azenha: www.viomundo.com.br)

Assembléia de Minas e a midia

É de nosso conhecimento que a Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais vem programando a publicidade diretamente com as emissoras de radio e com os jornais do interior de Minas, além de outras mídias.
Tal procedimento fere a Lei 4.680/65 e os decretos de nºs 57.690/66 e 2.262/97, que regem a atividade publicitária.
Desta forma, a Assembleia de Minas deixa de fora da mídia governamental vários jornais e revistas de nosso estado. As veiculações são feitas através de indicações políticas, ferem os preceitos constitucionais da impessoalidade e da moralidade, e atentam contra a própria liberdade de imprensa.
Pelas razões expostas estamos solicitando aos veículos de comunicação do interior de Minas que fiquem atentos e lutem pelos seus direitos junto aqueles que querem usar recursos públicos em proveito de alguns poucos e contra a democracia.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Aécio entre a presidência e as baladas

Não quero entrar na querela Aécio Neves com a namorada, se bateu ou não bateu. É coisa menor. Ele estava em uma festa, se envolveu com uma modelo americana que estava bêbada. Daí a extrapolar, supondo ser ele um sujeito violento na relação com mulheres, ou ser uma cópia de Fernando Collor, vai uma imensa distância.

O ponto central é outro.

Pessoas a quem o destino confere a possibilidade de ser candidato a governar o país, abdicam da vida pessoal. É responsabilidade demais, é honra demais conferida a uma pessoa a de poder influir na vida de quase 200 milhões de conterrâneos, ter um lugar na história. Por isso, esse objetivo é colocado acima de qualquer outro.

Foi assim com FHC, com Lula, com Dilma e tem sido assim a vida toda do José Serra.

Quando o escolhido não consegue abrir mão dos prazeres mais banais, expondo-se dessa maneira, é porque não tem vocação pública. E vocação pública não é artigo que se adquire na hora.

Aécio sabe que sua vida pessoal seria alvo de ataques de toda ordem. Todo o mundo político sabe que essa jovem irresponsabilidade de baladeiro cinquentão poderia afetar sua imagem de político. O episódio que apareceu é de menor importância, mas demonstra o descuido indesculpável para quem ambiciona a presidência da República.
(Blog do Nassif: http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/)

Aécio e Serra: quem é o agressor?

O colunista esportivo Juca Kfouri, amigo intimo do governador José Serra – costumam assistir partidas de futebol juntos, segundo outra chegada, a ex-vereadora Soninha –, embolou de vez o meio de campo tucano para a eleição presidencial. Ele postou a seguinte denúncia em seu blog: “Aécio Neves, o governador tucano de Minas Gerais, que luta para ter o jogo inaugural da Copa do Mundo em 2014, em Belo Horizonte, deu um empurrão e um tapa em sua companheira no domingo passado, numa festa da Calvin Klein, no Hotel Fasano, no Rio de Janeiro”.

Irritado, o governador mineiro retrucou de imediato: “Isso é uma aleivosia tão grande. Eu me sinto, claro, pessoalmente ofendido por isso, mas prefiro até nem comentar para não validar algo tão distante da minha prática cotidiana. Sempre fiz política e vou continuar fazendo num patamar muito superior a esse. E o que eu posso dizer é que é uma calúnia vergonhosa”. Sua namorada, Letícia Weber, também rechaçou a acusação e alguns parlamentares tucanos já saíram em defesa de Aécio Neves, insinuando que a acusação teria mesquinhos interesses político-eleitorais.

A mídia e a cortina de silêncio

Apesar do rápido desmentido, Kfouri manteve sua denúncia. Ele citou uma postagem do blog de Joyce Pascowitch, que noticiou o crime, sem apontar o criminoso. “Um dos convidados mais importantes e famosos da festa que o estilista Francisco Costa, da Calvin Klein, deu na piscina do hotel Fasano, nesse domingo, acabou estrelando uma cena que deixou todos os convidados constrangidos. Visivelmente alterado, ele deu um tapa na moça que o acompanhava – namorada dele há algum tempo. Ela caiu no chão, levantou e revidou a agressão. A platéia era grande e alguns chegaram a separar o casal para apartar a briga. O clima, claro, ficou muito pesado”.

E numa entrevista nada esportiva ao blog do antenado jornalista Renato Rovai, Kfouri colocou ainda mais lenha na fogueira:

Rovai: Quando você recebeu a informação de que essa agressão havia ocorrido?

Kfouri: Recebi no sábado pela manhã um e-mail contando a história e comentando uma nota da Joyce Pascowitch. Vi que o assunto tinha sido tratado pela Barbara Gancia no Twitter e aí fui atrás da informação. Conversei com uma pessoa que foi na festa e que disse que estava a cinco metros do acontecido, tendo visto a moça tomar um tapa e cair no chão. Contou ainda que a viu se levantar e reagir indo pra cima dele.

Rovai: Você confirmou a história com outras pessoas ou confiou plenamente na sua fonte?

Kfouri: Antes de dar a nota fiz quatro ou cinco ligações pra festeiros cariocas amigos meus e todos me confirmaram a história, apesar de não terem visto a cena.

Rovai: Você diz em seu blog que a imprensa brasileira não pode repetir com nenhum candidato a candidato a presidência da República a cortina de silêncio que cercou Fernando Collor, embora seus hábitos fossem conhecidos. É possível ser mais claro em relação a essa frase.

Kfouri: É isso mesmo que você está pensando, Renato. Circulam mil histórias em relação ao Aécio, histórias que, aliás, o Mineirão canta em coro [durante a partida Brasil e Argentina, no ano passado, parte da torcida presente entoou o coro “Ô Maradona, vai se f..., o Aécio cheira mais do que você"]. Acho que a imprensa tem obrigação de investigar isso, como deveria ter feito o mesmo em relação ao caçador de marajás. Isso não pode ser tratado como coisa menor, como algo regional.

Rovai: Há muito especulação de que a informação poderia ter partido de algum tucano relacionado ao governador Serra, o que você tem a dizer sobre isso?

Kfouri: Não é verdade. Não falei com nenhum tucano a respeito do assunto, conversei apenas com os festeiros cariocas, que confirmaram a história.

“Os bons amigos na imprensa”


Juca Kfouri nega qualquer digital de José Serra na bombástica acusação, mas há quem duvide. Tanto ele como Joyce Pascowitch nunca esconderam suas ligações com o governador paulista. Afora isso, são bem conhecidas as técnicas maldosas deste grão-tucano contra seus adversários. José Sarney, presidente do Senado, até hoje não perdoa Serra pela onda de denúncias contra sua filha, que abortaram a candidatura presidencial de Roseana Sarney em 2002. Geraldo Alckmin também não engoliu as revelações sobre o seu envolvimento com a seita direitista Opus Dei, que vazaram do Palácio dos Bandeirantes durante a rinha tucana para as eleições de 2006.

Como aponta o jornalista Rodrigo Vianna, a denúncia de Kfouri “serve aos interesses de Serra. Não quero dizer com isso que Juca esteja a serviço da candidatura Serra. Longe de mim levar o leitor a esse tipo de conclusão. Mas é estranho... A nota de Juca, do que jeito que foi redigida, cumpre (involuntariamente?) um papel importante. Manda a Aécio o recado: ‘Você tem telhado de vidro, se botar as manguinhas de fora, virá pancada pra valer’... Serra manda recados através da imprensa. Conta com bons amigos para isso”.

“O paranóico e vingativo" tucano


No mesmo rumo, o blogueiro Luiz Antonio Magalhães foi ainda mais taxativo. Para ele, não há dúvida sobre a maldade do governador paulista, “especialmente pelo fato da bomba estourar bem no momento em que Aécio decidiu partir para o confronto com Serra pela vaga presidenciável tucana em 2010... Serra joga pesado, sim, as paredes do Bandeirantes sabem direitinho o quão paranóico e vingativo o governador de São Paulo é... E é bom mesmo Aécio ficar bem esperto, porque o vazamento do tal tapinha deve ser só o começo da ‘desconstrução da imagem’ do governador mineiro, como gostam de dizer os chiques tucanos paulistas”.

As duas hipotéticas agressões – a de Aécio contra a namorada e a de Serra contra Aécio – podem bagunçar de vez o ninho tucano e dificultar as pretensões do bloco neoliberal-conservador para a sucessão de 2010. O partido do rejeitado FHC já estava sem discurso e sem proposta, desesperado com a crescente popularidade de Lula. Agora ainda terá que resolver a sua rinha interna.
(Blog do Miro: http://altamiroborges.blogspot.com)